Sinopse: Na Idade Média, com o aparecimento das primeiras Universidades Europeias, entre as quais a portuguesa, surgiu uma nova categoria de individuos, sem precedentes no tempo. O historiador Jacques le Goff chamou-lhes “Intelectuais”.
Distinguiam-se pela elevada formação, pelo estreito contacto com os livros e pelo uso exímio da palavra, oral e escrita. Numa sociedade em profunda mutação, a sua ampla cultura e os seus conhecimentos – em artes liberais, medicina, direito ou teologia – tornavam-nos cobiçados pelas autoridades e desejados pelas comunidades. Foi esse o tempo de Tomás de Aquino e de Dante Alighieri; da redescoberta de Aristóteles e da filosofia escolástica; dos códices com manuscritos em pergaminho e das grandes catedrais; do confronto entre a fé e a razão.
Nessas circunstâncias, também um número significativo de portugueses teve acesso ao mundo da alta cultura. Alguns adquiriram uma invulgar importância intelectual. Foi o caso de Santo António, do papa João XXI, do rei D. Duarte, do cronista Fernão Lopes e do dramaturgo Gil Vicente. É deles, dos seus livros, da sua cultura da sua época, de que fala este livro. O passado, ao contrário do que se diz, não é um país distante.