Centro de Interpretação

Conteúdos Expositivos

A materialização do conceito de “edutainement”, cumprindo simultaneamente objectivos de entretenimento e de educação relativamente ao acontecimento histórico da Batalha de Aljubarrota, concretiza-se em quatro espaços, onde se utilizam suportes expositivos distintos.

Primeiro Núcleo - O Sítio da Batalha de Aljubarrota, Arqueologia e Memória

O Espaço e o Tempo

Documentam-se as campanhas arqueológicas que desde os anos 50 do Séc. XX até à actualidade colocaram a descoberto o sistema defensivo de inspiração anglo-saxónica e a vala-ossário aberta no campo de batalha.

A Vala arqueológica

No 1º núcleo, de acesso livre, exibe-se uma vala arqueológica que serve de ponto de partida para a visita. Este fosso faz parte do conjunto de vestígios do sistema defensivo da batalha e é o lugar indicado para a apresentação de uma contextualização temporal da Batalha de Aljubarrota e de informação específica sobre o terreno, fazendo a ligação com os vestígios encontrados nas diferentes campanhas arqueológicas desde 1958 até à actualidade. 

Trabalhos de Arqueologia

Núcleo dedicado às arqueo-ciências e os vestígios Arqueológicos encontrados pelos diferentes intervenientes, e que testemunham o passado de vivências, cultos e costumes do sítio classificado, especialmente em torno do Ex-libris, a Capela de São Jorge.

O grande mapa aí existente evidenciando as diferentes campanhas, é um suporte que se permite estar sempre actualizado, face às campanhas arqueológicas que vão decorrendo.

Segundo Núcleo - Exposição “Contexto social, politico e económico da Batalha Real”

Núcleo dedicado aos antecedentes cronológicos e factuais da Crise de 1383-1385, dividindo-se em 4 espaços distintos.

1º Espaço

Com um friso cronológico procura-se caracterizar historicamente a Idade Média na Europa e o contexto da Guerra dos Cem Anos.

2º Espaço

Caracterizam-se os antecedentes históricos em Portugal retractando sumariamente a Crise dinástica, as batalhas anteriores e apresentam-se os protagonistas principais D. João I, D. Juan I de Castela e D. Nuno Álvares Pereira, que explicam o tempo e o modo em que se trava a Batalha e indicam-se as movimentações das forças na aproximação e instalação no campo. 

3º Espaço

Caracterização dos exércitos em presença, as suas movimentações no decorrer da Batalha e diferentes leituras e abordagens de Aljubarrota:

Os Ossos: Destaque para a surpreendente exposição de ossos de combatentes com sinais de lesões sofridas em combate. Esquemas e desenhos elucidam sobre o modo como as lesões podem ter ocorrido e como os cientistas conseguem essa leitura a partir de fragmentos. Tenta-se assim, através da análise dos vestígios reais da batalha campal, reconstruir parâmetros da “vida” e da ”morte” dos combatentes.

As Armas: Mostra táctil e didáctica sobre o armamento utilizado em Aljubarrota.

As Crónicas: Apresentam-se fontes iconográficas e documentais retiradas das narrativas de Fernão Lopes, Pedro Lopez de Ayala, Froissart e do Cronista Anónimo com retratos dos Cronistas, fac-similes das obras e imagens de scriptoria (gabinetes de escrita) medievais.

4º Espaço

Perguntas Frequentes, tudo aquilo que ainda possa querer saber mais sobre a Batalha de Aljubarrota…

A descrição destes temas neste segundo núcleo é sucinta e funciona como uma introdução propedêutica não exaustiva mas que serve de suporte à explicação realizada previamente, quer pelos professores quer pelos orientadores do centro.

Terceiro Núcleo - Espetáculo Multimédia “A Batalha Real”

A visita prossegue no auditório para assistir ao filme/espectáculo sobre a batalha de Aljubarrota. No anfiteatro, os visitantes encontram um cenário montado à escala e a projecção panorâmica de um espectáculo multimédia com recurso às mais avançadas tecnologias e efeitos especiais.

O filme conjuga a pesquisa documental com a linguagem cinematográfica e multimédia para despertar na assistência o interesse e espanto por este episódio histórico. Incorpora diferentes leituras sobre a Batalha de Aljubarrota, numa perspectiva pluridisciplinar que procura dar uma visão global, fornecer pistas, despertar o interesse e a curiosidade no espectador, mas também sublinhar o carácter estratégico, a inteligência, liderança e força de vontade dos intervenientes.

Imediatamente à saída do auditório, faz-se breve menção aos Descobrimentos Portugueses, que se tornam determinantes e possíveis pela vitória de Aljubarrota.

A Fundação tem constatado o sucesso que este filme descrito da Crise de 1383 a 1385 tem revelado desde a inauguração do Centro de Interpretação em 2008. Contudo, não apenas porque um centro de interpretação deve sempre melhorar e modernizar a sua oferta expositiva, mas também porque o período histórico da Guerra da Independência é extraordinariamente rico em factos notáveis, muitos deles desconhecidos do público, a Fundação tomou a decisão de realizar um segundo filme, dedicado á vida de Nuno Álvares Pereira. Este segundo filme será realizado em Maio de 2021, devendo passar a ser exibido neste Centro de Interpretação até final desse ano.

A Fundação considera que sendo realizado com qualidade e rigor histórico, este segundo filme constituirá uma importante mais valia para este Centro de Interpretação, para além de aumentar, significativamente, o conhecimento transmitido a todos os seus visitantes. A Fundação contará com a colaboração do Exército Português para a sua realização, o que revestirá grande importância, nomeadamente na reconstituição da Batalha dos Atoleiros (1384) e da Batalha de Valverde (1385).

Quarto Núcleo - O Campo da Batalha

Mesmo depois da visita plena a todos os núcleos museológicos do Centro de Interpretação, a visita ao exterior tem-se vindo a revelar uma necessidade cada vez maior, uma vez que o entendimento do terreno, embora seja feito com recurso a um modelo digital explorável pelo visitante (MDT) patente no CIBA, e embora facilite a sua percepção espacial, torna-se difícil “sentir” o terreno, mesmo com estruturas de apoio à interpretação ali existentes.

Para facilitar tal interpretação, existe como recurso no circuito exterior 2 tipos de estrutura de apoio: audioguias e os cronotelescópios- estruturas de visualização de um determinado ponto notável ou ponto de interesse (PI) na paisagem em que faz a transição temporal entre a actualidade e um determinado momento da batalha.

Esta interpretação espacial é apoiada também com recurso a uma narrativa através do suporte áudio-guia, com 16 pontos notáveis, em 2 níveis de interpretação, conforme a apetência do visitante, e em 8 idiomas diferentes (português, castelhano, catalão, inglês, francês, alemão, italiano e japonês).

Imagem tridimensional esquemática do espaço visitável actual, usada para apoio ao circuito exterior de áudio-guias

Sendo a base tecnológica destes audioguias de fácil adaptação a novos conteúdos, existe a possibilidade para alargar e aumentar a informação disponibilizada, com aumento dos pontos notáveis, optimizando o equipamento disponível.

Na visita ao CIBA, é possível adquirir o mapa do circuito, que auxilia os visitantes na descoberta desta campo arqueológico e paisagem histórica!

A Fundação Batalha de Aljubarrota, procurará aumentar quanto possível os seus circuitos museológicos, consoante o avanços dos trabalhos arqueológicos, e a disponibilização de áreas para visita e usufruto dos seus visitantes.

Capela de São Jorge

A Capela de São Jorge foi mandada construir por D. Nuno Álvares Pereira na sequência da vitória da hoste Portuguesa na Batalha de Aljubarrota. Segundo a inscrição que se encontra na fachada da mesma, a bandeira do Condestável do Reino Português estaria naquela zona no dia 14 de agosto de 1385. Ora, esta informação auxilia-nos a delimitar a zona ocupada pela vanguarda da hoste portuguesa facilitando a interpretação do campo de batalha e a dinâmica de confronto entre Portugueses e Castelhanos.

Ao longo dos tempos, associada à Capela de São Jorge, encontramos a bilha de água, que por lenda ou por um pedido específico de D. Nuno Álvares Pereira, relaciona o elemento água com a sede dos combatentes e a sede de vitória da hoste Portuguesa.

Atualmente, a Capela de São Jorge é ainda um local de culto, ao serviço da comunidade local, e, por si só, um monumento histórico que ao nível arquitetónico é simples e singelo, com um valor inestimável no contexto da independência Portuguesa.